Os lubas ocupam áreas diferentes entre o alto Kasai e o lago Tanganica no Sul da República Democrática do Congo. As suas tradições falam de Kongolo como o chefe que os conduziu até à sua actual localização no início do séc. XVI. Ao chegar, venceu vários povos e fundou o que se designa como Primeiro Império.
Kongolo foi assassinado pelo seu sobrinho Kalala Ilunga, que se impôs a todos os rivais e alargou o seu poder, nos finais do mesmo século, às comarcas do Sudoeste. Constituiu, então, o chamado Segundo Império, que, porém, caiu em desgraça logo de seguida, desintegrando-se devido às lutas no seio da dinastia, aos assassínios e aos suicídios.
O ressurgimento dos lubas aconteceu durante o séc. XVIII através do rei Ngombo, que, nas suas campanhas bélicas, conquistou as margens do rio Tanganica. Todavia, seguiu-se um novo período de lutas internas e de divisões, que foi aproveitado por outros povos para os atacar. Com a chegada dos belgas, a Confederação Luba foi desfeita no séc. XIX.
População
O reino luba era composto pelos membros deste povo por linhagem direta, pelos povos subjugados nas guerras, os quais faziam um contrato com o rei, e pelos escravos. A realeza fundava-se no conceito de hulopwe, ou seja, numa qualidade sagrada que se trazia no sangue e que se transmitia pela linha masculina. Esta qualidade concedia ao monarca um direito divino, uma autoridade absolutista e poderes sobrenaturais.
Kongolo, o primeiro rei, é venerado como um semideus. É representado sob a forma de uma serpente pitão. Os lubas crêem, ainda, num deus criador, Da, que no princípio organizou todo o universo e depois desligou-se dele. Da mostra o seu poder e a sua potencia no arco-íris.
O conjunto das famílias formava a aldeia e, por sua vez, o conjunto destas constituía uma província. Todavia, esta estrutura sólida do “império luba” dificultava a manutenção da unidade entre as diferentes famílias e, consequentemente, debilitava a consolidação da nação. O que manteve o fulgor do império foi a língua e os aspectos culturais. O idioma dos lubas estendeu-se a toda a zona meridional da República Democrática do Congo e ao norte da Zâmbia. E o estilo artístico dos lubas influenciou outros povos que tiveram contacto com eles.
O poder político luba dependia da condição do rei. Se este mantinha o prestígio, os povos subjugados pagavam o tributo. Se, pelo contrário, a boa fama dele se debilitava, os povos lançavam-se na conquista da sua autonomia.
Em 1960, quando o Congo conseguiu a independência da Bélgica, o povo luba é confrontado com os movimentos internos também independentistas de Katanguenha e, sobretudo, de Kasai, em que o dirigente político Kalondji se autoproclamou imperador dos lubas. Estes dois movimentos foram anulados pela intervenção dos “capacetes-azuis” da ONU.
Artistas do cinzel
Os lubas são classificados como os mais hábeis mestres do cinzel. Eles esculpem uma das artes mais belas e harmoniosas de África. O seu sentido inato de estética não se circunscreve só ao mundo dos artistas e ao círculo dos cortesãos e nobres, mas a todas as categorias sociais.
Trabalham basicamente a madeira e o tema preferido é a mulher, cujo rosto, traçado de forma suave, fluida e proporcionada, evoca um naturalismo idealizado.
Fonte: audacia.org / moodle.ufba
Muito bom o artigo!!!....eu sou desse tribo e posso confirmar oq está escrito!!!
ResponderExcluirÉ alargada!
ExcluirÉ alargada!
ExcluirVitoria Ribeiro, em todo o continente africano, os escravos pagavam tributo, pela sua liberdade. Quando uma pessoa tinha uma dívida e ela não pagava, se tornava escravo até que tive condições de pagar a dívida. Com a dívida quitada, a pessoa deixava de ser escravo.
ResponderExcluirNão se trata de escravatura e sim de CAPTIVIDADE
ResponderExcluirMuda esse termo escravo, pq não era isso
ResponderExcluirO povo Chokwe traduzem o "escravatura" na sua língua de "upinji [upindji]" e, ao "escravo" de "kapinji [kapindji]".
ResponderExcluirPara o povo Chokwe que habita maioritariamente o Leste de Angola (Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico) e nas províncias congolesas de Cassai (Kasayi) e Lualaba (Laula mba), o "kapinji" tinha direito a tudo menos ao poder (trono) por não ser parte das suas linhagens.
Mesmo os filhos nascidos entre um Chokwe e o seu kapinji, também não tinha/tem o poder de governar entre os Chokwe.