sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Reino de Oyo

O Reino de Oyo ou Império de Oyo (c. 1400 - 1835) foi um império da África Ocidental onde é hoje a Nigéria ocidental.




A cidade histórica de Oyo teria sido fundada nos inícios do século XIII. Até o século XV, Oio foi apenas uma cidade-estado ioruba entre muitas outras. Chegou até mesmo ser dominada, por algum tempo pelo Nupes. Oyo separada das costas do golfo de Guiné pela grande floresta, localizava-se no centro dos territórios que se convencionou chamarem de Iorubalândia.

Tornou-se um império por volta do século XV e cresceu para se tornar um dos maiores estados do Oeste africano encontradas pelos exploradores coloniais.

Quando ela completou sua expansão territorial, seu poder abarcava regiões que iam do vale do Níger até as atuais fronteiras de Benin.
Estes territórios constituíam o coração do Estado de Oyo. A expansão Ioruba rumo ao oeste assumiu importância relevante.

Aumentou a preeminência da riqueza adquirida através do comércio e da sua posse de uma poderosa cavalaria. O império de Oyo foi o estado mais importante politicamente na região de meados século XVII ao final do século XVIII, dominando não só outras monarquias Yoruba nos dias atuais Nigéria, República do Benim, e Togo, mas também outras monarquias africanas, sendo a mais notável o reino Fon do Dahomey localizado no que é hoje a República do Benim).

Origem

O segundo príncipe do Reino Yoruba de Ile-Ife também conhecida como Ifé, Oranyan (também conhecido como Oranmiyan), fez um acordo com o irmão de lançar uma incursão punitiva sobre os seus vizinhos do norte por insultar seu pai Oba (rei) Oduduwa, o primeiro Ooni de Ifé. No caminho para a batalha, os irmãos brigaram e o exército foi dividido. A tropa de Oranyan não era suficientemente grande para fazer um ataque com êxito, então eles vagaram a costa sul até chegar Bussa. Foi lá que o chefe local recepcionou-o e forneceu-lhe uma grande serpente com um encanto mágico amarrado à sua garganta. O chefe orientou Oranyan para acompanhar a cobra até que ela pare em algum lugar por sete dias e desapareça no solo. Oranyan seguiu os conselhos e fundou Oyo onde a serpente parou. O local é lembrado como Ajaka. Oranyan fez de Oyo seu novo reino e tornou-se o primeiro 'oba' (significando 'Rei' ou 'Imperador' na língua yoruba) com o título de 'Alaafin de Oyo' (Alaafin significa 'dono do palácio' em Yoruba), deixando todos os seus tesouros em Ife e permitindo que um outro rei chamado Adimu reinasse ali.

Organização

O Poderio de Oyo devia-se a sua grande força militar. A Aristocracia guerreira ioruba possuía o monopólio das armas e da cavalaria. No apogeu do reino ela dedicava-se principalmente à caça de cativos. O Poder ioruba se encontrava nas mãos do Alafin, que tinha sua autoridade restringida por um conselho (ogboni) de dignitários (oyo missi). O ogboni votava a guerra e a paz, supervisionava a justiça, o comércio, a grande obra, elegia ou destituía o Alafin, e neste caso, impunha-lhe o suicídio.

Breve período

Oranyan, o primeiro Oba (rei), de Oyo, foi sucedido pelo Oba Ajaka, Alaafin de Oyo. Este Oba foi deposto, porque ele era desprovido da força militar Yoruba e permitiu demasiada independência a seus sub-chefes. A liderança foi então conferida ao irmão de Ajaka, Sango (também escrito como Shango, também conhecido em várias partes do mundo como Xangô, Chango, Nago Shango e Jakuta) que mais tarde foi divinizado como a deidade dos trovões e relâmpagos. Ajaka foi reabilitado após a morte de Sango. Ajaka retornou ao trono pronto para a luta e profundamente tirano. Seu sucessor, Kori, conseguiu conquistar o resto do que mais tarde os historiadores referem-se como Oyo metropolitana.

Oyo-Ile

O coração da Oyo metropolitana foi a sua capital em Oyo-Ile, (também conhecida como Katunga ou Velho Oyo ou Oyo-oro). As duas estruturas mais importantes em Oyo-Ile foram o 'afin' ou o palácio do Oba e o seu mercado. O palácio esteve no centro da cidade perto do mercado do Oba chamado 'Oja-oba'. Ao redor da capital havia uma alta muralha feita de terra para defesa, com 17 portas. A importância das duas grandes estruturas (o palácio e o Oja Oba) significou a importância do rei em Oyo.

Ocupação Nupe

Oyo cresceu com uma força interior formidável, até o final do século 14. Durante mais de um século, o estado Yoruba tinha se expandido à custa dos seus vizinhos. Depois, durante o reinado de Onigbogi, Oyo sofreu derrotas militares nas mãos dos Nupes conduzidos por Tsoede. Por volta 1535, os Nupes ocuparam Oyo e forçaram sua sentença da dinastia refugiar-se no reino de Borgu. Os Nupes continuaram saqueando a capital, destruindo Oyo como uma potência regional até o início do século 17.

Período imperial

Oyo atravessou um interrugnum de 80 anos como uma dinastia exilada depois da sua derrota pelos Nupes. Oyo reemergiu então, mais centralizado e expansivo do que nunca. Não estariam satisfeitos simplesmente com a retomada de Oyo, mas com o estabelecimento do seu poder ao longo de um vasto império. Durante o século 17 Oyo começou um longo intervalo de crescimento, tornando-se um grande império.

Necessitando de uma passagem para o mar, a fim de escoar seus cativos, Oyo impôs, na metade do século XVII, sua autoridade sobre diversos pequenos estados da costa marítima do atual Benin: Savi, Jaquin, Porto-Novo, etc. Estes pequenos estados, com significativo destaque no comércio negreiro, foram continuamente disputados por outros estados escravizadores.

Oyo nunca abrangeu todos os povos de língua yoruba, mas ele foi, de longe, o mais populoso reino na História Yoruba.

Reconquista e expansão

Adotando um exemplo de seus inimigos Tapa ou Nupe, os Yorubas rearmaram-se não só com armadura mas com cavalaria. Centralizaram mais o seu governo e tornaram-se uma grande força militar.

Oba Ofinran, Alaafin de Oyo, conseguiu recuperar a Oyo original do território dos Nupe. Uma nova capital, Oyo-Igboho, foi construída, e a original ficou conhecida como Old Oyo (Velha Oyo). O próximo Oba, Egonoju, conquistou quase todos de Yorubaland (Território Yoruba). Depois disto, Oba Orompoto conduziu ataques destrutivos a Nupe para garantir que Oyo nunca fosse ameaçado por eles novamente. Durante o reinado de Oba Ajiboyede foi o primeiro Bere festival, um evento que conservaria muita significação entre os Yoruba depois da queda de Oyo. E foi com o seu sucessor, Abipa, que os Yoruba foram finalmente obrigados a repovoar Oyo-Ile e de reconstruir a capital original. Apesar de uma tentativa falha de conquistar o Império de Benin no passado entre 1578 e 1608, Oyo continuou a expandir-se. Os Yoruba deram autonomia ao sudeste da metropolitana Oyo onde as áreas dos não-Yoruba poderiam funcionar como um divisor entre Oyo e Benin Imperial. Até o final do século 16, os estados Ewe e Aja da moderna Benin foram pagadores de tributo à Oyo.

Tráfico Negreiro

Oyo, reorientou suas atividades e passou a priorizar o tráfico negreiro, atividades agrícolas e artesanais decresceram. A Aristocracia militar organizou um exército profissional que se dedicava à caça e a captura de cativos. Os conflitos começaram a surgir entre os poderes do reino ioruba, conflitos também entre camponeses e a aristocracia. Na segunda metade do século XVIII, negreiros da costa do atual Benin controlavam o comércio escravista da região.

As guerras Dahomey

O revigorado Império de Oyo começou incursões em direção ao sul, em meados de 1682. Até o final de sua expansão militar, as fronteiras de Oyo atingiriam aproximadamente 200 milhas para o litoral sudoeste da sua capital. Encontrou muito pouca oposição séria, depois do seu fracasso contra o Benin, até o início do século 18. Em 1728, o Império de Oyo invadiu o Reino de Dahomey em uma grande e amarga campanha. A força que invadiu Dahomey foi inteiramente composta de cavalaria. Dahomey, por outro lado, não possuía cavalaria, mas muitas armas de fogo. Essas armas de fogo se revelaram eficazes assustando os cavalos da cavalaria de Oyo e impediu-lhes a carga. O exército de Dahomey também construiu fortificações como trincheiras, que forçaram o exército de Oyo a lutar como infantaria. A batalha durou quatro dias, mas os Yoruba foram conseqüentemente vitoriosos depois que os seus reforços chegaram. Dahomey foi obrigado a pagar tributo para Oyo depois da vitória muito desputada. Este não seria o combate final, contudo, e os Yoruba invadiriam o Dahomey um total de sete vezes antes de que a pequena monarquia fosse totalmente subjugada em 1748.

Decadência

No início do século XIX seguinte havia decaído muito o poder de Oyo. Cidades ficaram independes do poder do Alaafin e o reino deixou de existir. Enquanto o reino decaia, os territórios iorubas passaram a ser cobiçados, passaram de desapiedados caçadores a cativos. Nesta época registra uma grande entrada de iorubas no Brasil, fins do século XVIII e início do XIX. Efetivamente, os emirados sudano-nigerianos surgidos com a ofensiva muçulmana de Osman Dan Fódio pressionavam os territórios centrais do Estado de Oyo.

Tentando defendê-los, o Alaafin era obrigado a desproteger as regiões periféricas do reino. Estados escravizadores ocidentais aproveitaram da situação e lançaram-se sobre os diversos povos do reino (egba, egbabo, sabe, eketu, etc.), que foram escravizados e embarcados para as Américas nos portos de Ouidah, Cotonu e outros.

Os primeiros iorubas chegados ao Brasil eram de origem das províncias ocidentais mais distantes, no sul e no centro do atual Benin. Pertenciam fundamentalmente ao grupo Nagô ou Nagonu. Estes povos se teriam estabelecido no atual Benin por volta do século XVI. O povo Fon costumava designar por nagôs estes e todos os povos iorubas. A administração francesa e, através dela, as portuguesas persistiram na incorreção. Devido a isto, os iorubas chegados ao Brasil foram conhecidos, nos séculos XVIII e XIX, como nagôs.

Fontes: Wikipédia / Prefeitura de Barra Mansa

Sudão Central – As cidades-estado hauças

São pouco conhecidas as origens das cidades-estado de hauças. Possivelmente existiram, durante os séculos XVI e XVII, documentos relativos há este tempo, escrito em árabe, a revolução islâmica de Osman dan fódio, sem dúvida encarregou de destruir.


Arquitetura hauça de Kano, Nigéria.

Procurava-se destruir dados do passado infiel dos hauças e das antigas linhagens dominantes. A tradição oral refere-se a uma cidade-mãe, Daúra, que teria dado origem às “sete cidades históricas”: Kano, Zaira, Gobir, Katsena, Rano, Biran e Daúra, teriam surgido no século XI. No início era apenas uma simples cheferia. Com os anos, os hauças teriam ocupado parcelas da região, dando origem à expansão que levou às diversas cidades-estado independentes registradas pela história. Esta radiação cultural atingiu os próprios reinos iorubas, muito influenciados pela civilização hauça. A organização social de hauça era profundamente urbanizada e particular, nela morava a nobreza, o letrados islamizados, os artesãos e alcançou grande importância econômica. Em contato com o Sudão ocidental as pequenas cheferias hauças evoluíram até a situação de cidades-estado. Kano já praticava o escambo da cola guineense com o sal dos mercadores do deserto, foram os próprios mercadores e missionários mandingas que introduziram na hauçalândia o islamismo, se bem que ele ficasse restrito à aristocracia.

Os artesãos continuaram praticando os cultos africanos, os camponeses exerciam às antigas crenças africanas mais ligadas ao cultivo da terra.


Mapa mostrando a África Ocidental, entre os séculos
11 e 16. Localização dos estados hausas no século 16.

O Apogeu da civilização hauça ocorreu nos tempos do império Songai e, sobretudo, com sua decadência.

As relações entre o Sudão ocidental e a Central nem sempre foram pacíficas. As cidades-estado da Hauçalândia eram presas cobiçadas. O Áskia Mohammed, por exemplo, combateu diversas cidades-estado visando impor-lhe tributos. Os refinados produtos da civilização hauçá eram muito apreciados, somente a definitiva partilha da África entre as potências colônias pois a fim à atividade comercial.

O expansionismo europeu também foi sentido na civilização hauça, a crise dos impérios comerciais, o retrocesso mercantil islâmico e a emergência do tráfico negreiro como essencial atividade mercantil levaram, nos fins do Século XVIII, a sociedade hauça a uma profunda crise econômica e social. A Aristocracia dos Sarkis procurou resolver suas dificuldades aumentando a pressão que exercia sobre a população plebéia e ligando-se mais intimamente ao comércio negreiro colonial.

Começava assim, um período de conflitos, crises e disputas dinásticas, de revolta nas províncias e de inquietação generalizada. Foi ai que aconteceu um dos períodos mais intenso momento de suas história: A revolução de Osman dan Fódio. O Estado hauças não foram jamais formações guerreiras. Eles viviam voltados para a produção artesanal e para o comércio, que fazia deles um destaque comercial na época. Os hauças tinham seus bairros estrangeiros, mestiços com a população Songai, com os tuaregues e peuls. Os peuls surgem na história do Sudão como um povo de pastores animistas de pouco expressão econômica, depois com o mercantilismo, enriqueceu-se.

Osman Dan Fódio nasceu em Gobir, no seio de uma família de letrados peuls originários do Senegal, no ano de l754. Eram em parte animistas e em parte muçulmanos. Osman estudou com fervor, no estrangeiro, os preceitos religiosos do Islamismo. Voltou mais tarde em sua terra para desmentir o ditado que diz que ninguém é profeta e sua terra: foi reconhecido como homem santo e culto. Diversos Peuls e hauçás começaram a procurá-lo para seguir suas lições. Em 1804, Osman foi obrigado a fugir devido à ameaça de prisão feita pelo sarkis de seu distrito. É bom lembrar que o poder islâmico e o poder político caminham juntos. Osman era contra a pobreza, destratos dos cativos, ia contra a escravidão dos crentes, pregava um islã verdadeiro...

Consolidou um movimento renovador e seus seguidores arrasaram a antiga aristocracia hauça e a substituiu por uma nova, de origem peul, que conservou a organização social e reorganizou as cidades-estado em emirados e sultanados.


A África Ocidental, entre os séculos 17 e 19.
Localização do Reino Fulani no século 19.

O Movimento islâmico teve vitória total em l811 com suas tropas. Um jovem irmão de Osman ficou responsável pela parte ocidental do novo reino. Osman desde l809 abandonara a política e dedicou-se à religião. O reino cresceu, envolveu os reinos de Nupe, Oio, etc., foi ai que o reino de Oio encontrou seu fim, foram embarcados os primeiros, do centro do país ioruba, para servirem como escravos nas Américas.

Os seguidores de Osman esqueceram que eram contra a escravidão e declaram guerra santa aos hauças não islâmicos. Fugindo disso muitos se converteram ao Islamismo até sem vontade.

.:: Prefeitura de Barra Mansa

A Civilização Ioruba

Os iorubás ou iorubas (em iorubá: Yorùbá), também conhecidos como ou yorubá (io•ru•bá) ou yoruba, são um dos maiores grupo étno-linguístico ou grupo étnico na África Ocidental, composto por 30 milhões de pessoas em toda a região. Constituem o segundo maior grupo étnico na Nigéria, com aproximadamente 21% da sua população total.




Origem

As lendas contam que Ilé-Ifé teria sido o próprio berço da humanidade. Ali Todos os povos e reinos descenderiam do deus-rei Odudua, fundador da cidade sagrada. Outra lenda diz que Odudua seria o condutor de uma gente vinda do Leste.




Após a fundação da cidade sagrada o povo teria se espalhado pela região e tomou forma final por volta do final do primeiro milênio. Possível época da fundação de Oyo, capital política dos iorubas. Cidades independentes com seus governantes, camponeses. O Senhor do reino ratificava o poder dos mandantes de cada cidade que era chamado de Bale e tinha a assembléia dos notáveis, que era na realidade a detentora da autoridade. O guarda muralhas, em geral era um mágico, o babalaô, que recolhia os impostos. Uma aristocracia improdutiva controlava as armas, o poder político, o comércio local, nacional e internacional.




As comunidades iorubas que se desenvolveram principalmente no sudeste da atual Nigéria constituíram um dos grandes centros civilizatórios da Guiné e chegaram a influenciar outras civilizações da região, como o reino de Benin. Esta irradiação cultural não se restringiu apenas ao continente africano.

A maioria dos iorubás vivem em grande parte no sudoeste da Nigéria; também há comunidades de iorubás significativas no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil. Os iorubás são o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo. Um número considerável de iorubas vive na República do Benin, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil e Cuba.

Milhares de iorubas escravizados foram desembarcados no Brasil, fecundando a cultura e a história do nosso país. Uma explicação plausível sobre a gênese do povo ioruba, seria as diversas migrações através das regiões entre o Lago Chade e o Níger.




Bem como tendo acesso ao mar, eles compartilham fronteiras com os Borgu (variadamente chamados Bariba e Borgawa) no noroeste, os Nupe (que eles chamam muitas vezes, "Tapa") e os Ebira no norte, os Edo que também são conhecidos como Bini ou povo benin (não-relacionado com o povo da República do Benin), e os Ẹsan e Afemai para o sudeste. Os Igala e outros grupos relacionados, encontram-se no nordeste, e os Egun, Fon, e outros povos de língua Gbe no sudoeste. Embora a maioria dos iorubás vivam no oeste da Nigéria, há também importantes comunidades yorubás na República do Benin, Gana e Togo.

A maioria dos iorubás são cristãos, com os ramos locais das igrejas Anglicana, Católica, Pentecostal, Metodista, e nativas de que são adeptos. O islamismo inclui aproximadamente um quarto da população iorubá, com a tradicional religião iorubá respondendo pelo resto. Os iorubas têm uma história urbana que data de 500 d.C. As principais cidades iorubás são Lagos, Ibadan, Abeokuta, Akure, Ilorin, Ogbomoso, Ondo, Ota, Shagamu, Iseyin, Osogbo, Ilesha, Oyo e Ilé-Ifè.

Arte


Escultura cabeça de bronze
Yoruba, Ife, Nigéria.

Os Yorubas do Sul da África Ocidental (República do Benin, Nigéria e Togo, incluindo também peças de Gana, Camarões e Serra Leoa), tem uma muito rica e vibrante comunidade artesanal, criando arte contemporânea e tradicional. O costume de arte e artesãos entre o Yoruba é profundamente assinalado no corpo literário Ifá que indica os orixás Ogun, Obatala, Oxum e Obalufon como central à mitologia de criação inclusive a obra artística (isto é a arte da humanidade) Ao longo dos anos, muitos já vieram cruzar idéias estrangeiras da obra artística e arte contemporânea com as formas de arte tradicionais encontradas na África Ocidental.

Língua

O iorubá ou ioruba (Èdè Yorùbá, "idioma iorubá") é um idioma da família linguística nigero-congolesa, e é falado ao sul do Saara, na África, dentro de um contínuo cultural-linguístico, por 22 milhões a 30 milhões de falantes.

A língua iorubá vem sido falada pelo povo iorubá há muitos séculos. Ao lado de outros idiomas, é falado na parte oeste da África, principalmente na Nigéria, Benim, Togo e Serra Leoa.

No continente americano, o iorubá também é falado, sobretudo em ritos religiosos, como os ritos afro-brasileiros, onde é chamado de nagô, e os ritos afro-cubanos de Cuba (e em menor escala, em certas partes dos Estados Unidos entre pessoas de origem cubana), onde é conhecido também por lucumí).

Pesquisas

Segundo diversos pesquisadores o termo iorubá é recente. Segundo Biobaku, aplica-se a um grupo linguístico de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da [língua] comum, os iorubas estão unidos por uma mesma [cultura] e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do século XIX, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome". A. E. Ellis mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro The Yorùbá speaking people ("O povo que fala iorubá"), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território. Antes de se ter conhecimento do termo iorubá, os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em chamar Ulkumy ou Ulcuim, com algumas variantes. Depois de Snelgrave, em 1734, o termo Ulkumy desapareceu dos mapas e é substituído por Ayo ou Eyo (para designar Oyo).

Francisco Pereira Mendes, em 1726, comandante do forte português de Ajudá, já mencionava em seus relatórios enviados à Bahia os ataques dos ayos contra os territórios de Agadjá, rei de Daomé chamado de "o Revoltoso" por haver atacado Allada em 1724, e que iria, posteriormente, conquistar Uidá, em 1727. Foi esse povo, chamado atualmente uidá (glébué para os daomeanos, igéléfé para os iorubás, ajudá para os portugueses, juda ou grégoy para os franceses, Whidah para os ingleses e fida para os holandeses) e habitado pelos hwéda, que se tornou o principal ponto de exportação dos escravos originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé.

Fontes: Wikipédia / Prefeitura de Barra Mansa


Leia também!

► A Tradição Ioruba

► Arte Ife

A Civilização Egípcia

Uma das civilizações mais importantes da história Antiga.



Desenvolveu-se na região do Crescente Fértil, mais exatamente no nordeste da África, uma região caracterizada pela existência de desertos e pela vasta planície do rio Nilo. A parte fértil do Egito é praticamente um oásis muito alongado, proveniente das aluviões depositadas pelo rio. Nas montanhas centrais africanas, onde o Nilo nasce, caem abundantes chuvas nos meses de junho a setembro provocando inundações freqüentes nas áreas mais baixas ( O “Baixo Nilo”). Com a baixa do Nilo o solo libera o humo, fertilizante natural que possibilita o incremento da agricultura. Para controlar as enchentes e aproveitar as áreas fertilizadas, os egípcios tiveram de realizar grandes obras de drenagem e de irrigação, com a construção de açudes e de canais , o que permitiu a obtenção de várias colheitas anuais.

Dada esta característica natural, o historiador grego Heródoto de halicarnasso dizia que “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Leitura preconceituosa, que tende a desprezar o empenho, o denodo e a competência técnica da civilização egípcia que aprendeu a utilizar as cheias e vazantes do rio a seu favor.

O Egito, inicialmente, estava dividido num grande número de pequenas comunidades independentes: os nomos que por sua vez eram liderados pelos nomarcas. Essas comunidades uniram-se e formaram dois reinos: o Alto e o Baixo Egito. Por volta de 3200 a.C., o rei do Alto Egito, Menés, unificou os dois reinos. Com ele nasceu o Estado egípcio unificado, que se fortaleceu durante seu governo com a construção de grandes obras hidráulicas, em atendimento aos interesses agrícolas da população. Menés tornou-se o primeiro faraó e criou a primeira dinastia.

Os egípcios adoravam o faraó como a um Deus, a quem pertenciam todas as terras do país e para quem todos deveriam pagar tributos e prestar serviços, característica típica do Modo de Produção Asiático. O governo do faraó era uma monarquia teocrática, ou seja, uma monarquia considerada de origem divina. Como chefe político de um Estado poderoso, o faraó tinha imenso poder sobre tudo e sobre todos. Na prática era obrigado a obedecer às leis, muitas das quais haviam sido criadas séculos antes da unificação dos nomos, o que limitava em parte os seus poderes.

ANTIGO IMPÉRIO (3200 a.C. a 2300 a. C.)

Um Estado pacifista e dedicado à construção de Obras de drenagem e irrigação, que impulsionaram o desenvolvimento da agricultura. Foram construídas as célebres pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. A autoridade do faraó é enfraquecida pela ação dos nomarcas, apoiada pela nobreza.

MÉDIO IMPÉRIO (2100 a.C. a 1750 a. C. )

Os faraós reconquistaram o poder. Príncipes do Alto Egito restauraram a unidade política do Império e estabeleceram em Tebas a nova Capital. A massa camponesa, através de revoltas sociais, conseguiu o atendimento de algumas reivindicações, como por exemplo a concessão de terras, a diminuição dos impostos e o direito de ocupar cargos administrativos até então reservados às camadas privilegiadas. O Médio Império chega ao fim com a invasão dos hicsos, um povo de origem asiática. Os hebreus retirando-se da Palestina, chegaram ao Egito; mas foram os hicsos que criaram maiores dificuldades. Com cavalos e carros de combate que os egípcios desconheciam, dominaram o país e instalaram-se no delta do Nilo permanecendo na região aproximadamente dois séculos.

NOVO IMPÉRIO (1580 a.C. a 525 a. C. )

O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas. Outra característica fundamental deste período foi o expansionismo e o poderio militar, pois a luta contra o invasor desenvolvera no egípcio um espírito militar conquistador. No governo de Tutmés III, o domínio egípcio chegou a se estender até o rio Eufrates, na Mesopotâmia. No século XIV a. C., Amenófis IV, casado com a rainha Nefertite, empreendeu uma revolução religiosa e política, substituindo os deuses tradicionais por Aton, simbolizado pelo disco solar. Esta medida visava diminuir o poder dos sacerdotes que acabaram por fim expulsos. Amenófis IV passou a se chamar Aquenaton que significa supremo sacerdote do novo deus. Seu sucessor Tutancâmon, restaurou o culto aos deuses tradicionais e pôs fim à revolução.

O governo do faraó Ramsés II (1320 - 1232 a. C.) enfrentou novo obstáculo, como a invasão dos hititas. Inimigos ameaçavam as fronteiras; a resistência era enfraquecida pela rivalidade entre o faraó e grandes senhores enriquecidos pela guerra. Por volta do século VII a. C. os assírios invadiram o país. Em 525 a. C., o rei persa Cambises derrotou o faraó Psamético III, colocando fim à independência egípcia. Os povos do Nilo seriam ainda dominados pelos gregos e, a partir de 30 a. C., pelos romanos.

Organização

Faraó - soberano todo poderoso, considerado deus vivo, filho de deuses e intermediário entre estes e os homens. Era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. O faraó tinha autoridade absoluta: concentrava em si os poderes político e espiritual. Ele ocupava o topo da hierarquia social, filho de Amon-Rá, o deus-sol, e encarnação de Hórus, o deus-falcão. Por isso, esse governo é chamado de teocrático.

Nobres - proprietários de grandes domínios, ocupavam também os principais postos do exército. Esta camada era formada por familiares do faraó, altos funcionários do palácio, oficiais superiores do exército e chefes administrativos.

Sacerdotes - muito cultos, enriqueciam com oferendas feitas pelo povo aos deuses. Eram dispensados do pagamento de impostos e eram proprietários de muitas terras. A função sacerdotal era lucrativa e honrosa, passando de pai para filho. Os sacerdotes tinham a cabeça raspada e uma de suas funções era transmitir as respostas das divindades às perguntas dos fieis.

Escribas - se encarregavam da cobrança dos impostos, da organização escrita das leis e de decretos e da fiscalização da atividade econômica em geral.

Soldados - viviam dos produtos dados em pagamento pelos serviços e dos saques realizados durante as guerras. Nunca atingiam os postos de comando, pois eram reservados à nobreza.

Artesãos - trabalhadores que exerciam diferentes ofícios e que eram geralmente contratados por empreiteiros de grandes obras. Trabalhavam como pedreiros, carpinteiros, desenhistas, escultores, pintores, tecelões, ourives etc. Eles exerciam suas atividades nas grandes obras públicas recebendo em troca apenas alimento.

Camponeses - compunham a maior parte da população, viviam submetidos a uma violenta repressão por parte da camada dominante, que a ameaçava constantemente com exércitos profissionais para forçá-la a pagar impostos. Trabalhavam nas propriedade do faraó e dos sacerdotes e tinham o direito de conservar para si uma parte dos bens por eles produzidos.

Escravos - originários da escravidão por dívidas e da dominação de outros povos através das conquistas militares. Faziam os serviços domésticos ou trabalhavam nas pedreiras e nas minas.

Na sociedade egípcia desenvolveu-se o chamado modo de produção asiático, em que todas as terras pertenciam ao Estado e os camponeses das aldeias tinham o direito de cultivar o solo desde que pagassem um imposto coletivo. Esse imposto era pago com cereais, que eram estocados nos armazéns reais. Nessa sociedade, a base da economia era a agricultura. Cultivavam-se principalmente trigo, cevada, frutas, legumes, linho e algodão. Dentre outras atividades destacamos o comércio a indústria artesanal de tecidos e de vidro, a construção de navios, a cerâmica e a criação de bois, carneiros, cabras, asnos etc. O Estado intervinha na economia controlando a produção, recrutando mão-de-obra e cobrando impostos.

Religiosidade

Quanto a religiosidade, os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam vários deuses, inclusive alguns animais, como o gato, o boi e o crocodilo, que eles consideravam sagrados. Além de ser politeísta, era também antropozoomórfica, pois os deuses eram representados geralmente pela figura humana e animal. A religião dos antigos egípcios passou por várias etapas: de um simples politeísmo para a mais recuada expressão conhecida de monoteísmo, retornando depois ao politeísmo. Durante o período do Antigo Reino, o culto do sol, corporificado na adoração de Rá foi o sistema dominante de crença. Servia como religião oficial cuja função principal era dar imortalidade ao Estado e ao povo, coletivamente. Para os egípcios, a morte apenas separava o corpo da alma. A vida poderia durar eternamente, desde que a alma encontrasse no túmulo o corpo destinado a servir-lhe de moradia. Era preciso então, conservar o corpo, e para isso os egípcios se aperfeiçoaram na técnica da mumificação.

O estudo da civilização egípcia, da antiguidade aos nossos dias

As origens da antiga civilização egípcia não podem ser definidas com precisão. A descrição do desenvolvimento da civilização egípcia se baseia nas descobertas arqueológicas de ruínas, tumbas e monumentos.

Os hieróglifos proporcionaram importantes dados.

A história egípcia, até a conquista de Alexandre III, o Magno, se divide nos impérios antigo, médio e novo, com períodos intermediários, seguidos pelos períodos tardio e dos Ptolomeus.

As fontes arqueológicas mostram o nascimento, por volta do final do período pré-dinástico (3200 a.C.), de uma força política dominante que, reunindo os antigos reinos do sul (vale) e do norte (delta), se tornou o primeiro reino unificado do antigo Egito. Durante a I e II Dinastias (3100-2755 a.C.), algumas das grandes mastabas (estruturas funerárias que antecederam às pirâmides) foram construídas em Sakkarah e Abidos.

O Império Antigo (2755-2255 a.C.) compreende da III à VI Dinastias. A capital era no norte, em Menfis, e os monarcas mantiveram um poder absoluto sobre um governo solidamente centralizado. A religião desempenhou um papel importante, como fica evidenciado pela riqueza e número dos templos; de fato, o governo tinha evoluído para um sistema teocrático, no qual o faraó era considerado um deus na terra, razão pela qual gozava de poder absoluto.

A IV Dinastia começou com o faraó Snefru que, entre outras obras significativas, construiu as primeiras pirâmides em Dahshur. Snefru realizou campanhas na Núbia, Líbia e o Sinai. Foi sucedido por Queóps, que erigiu a Grande Pirâmide em Gizé. Redjedef, filho de Queóps (reinou em 2613-2603 a.C.), introduziu uma divindade associada ao elemento solar (Rá) no título real e no panteão religioso. Quéfren e Miquerinos, outros membros da dinastia, construíram seus complexos funerários em Gizé.

Com a IV Dinastia, a civilização egípcia conheceu o auge do seu desenvolvimento, que se manteve durante as V e VI Dinastias. O esplendor manifestado nas pirâmides se estendeu para numerosos âmbitos do conhecimento, como arquitetura, escultura, pintura, navegação, artes menores, astronomia (os astrônomos de Menfis estabeleceram um calendário de 365 dias) e medicina.

A VII Dinastia marcou o começo do Primeiro Período Intermediário. Como conseqüência das dissensões internas, as notícias sobre a VII e VIII Dinastias são bastante obscuras. Parece claro, no entanto, que ambas governaram a partir de Menfis e duraram apenas 25 anos. Nesta época, os poderosos governadores provinciais tinham o controle completo de seus distritos e as facções no sul e no norte disputaram o poder. Os governadores de Tebas conseguiram estabelecer a XI Dinastia, que controlava a área de Abidos até Elefantina, perto de Siene (hoje Assuã).

O Império Médio (2134-1784 a.C.) começa com a reunificação do território realizada por Mentuhotep II (reinou em 2061-2010 a.C.). Os primeiros soberanos da Dinastia tentaram estender seu controle de Tebas para o norte e o sul, iniciando um processo de reunificação que Mentuhotep completou depois de 2047 a.C., limitando o poder das províncias. Tebas foi a sua capital.

Com Amenemés I, o primeiro faraó da XII Dinastia, a capital foi transferida para as proximidades de menfis. O deus tebano Amon adquiriu nessa época mais importância que as outras divindades, e foi associado ao disco solar (Amon-Rá).

Os hicsos invadiram o Egito a partir da Ásia ocidental, instalando-se no norte. Sua presença possibilitou uma entrada massiva de povos da costa fenícia e palestina, e o estabelecimento da dinastia hicsa, que deu início ao Segundo Período Intermediário. Os hicsos da XV Dinastia reinaram a partir da sua capital, situada na parte leste do delta, o que lhes permitia manter o controle sobre as zonas média e alta do país. O soberano tebano Ahmosis I derrotou os hicsos, reunificando o Egito e criando o Império Novo (1570-1070 a.C.).

Amenhotep I (1551-1524 a.C.) estendeu os limites até a Núbia e a Palestina. Com uma grande construção em Karnak, separou sua tumba do seu templo funerário e iniciou o costume de ocultar sua última morada. Tutmés I continuou a ampliação do Império Novo e reforçou a preeminência do deus Amon; sua tumba foi a primeira a ser construída no vale dos Reis. Tutmósis III reconquistou a Síria e a Palestina, que tinham se separado anteriormente, e continuou a expansão territorial do Império.

Amenófis IV foi um reformador religioso que combateu o poder dos sacerdotes de Amon. Trocou Tebas por uma nova capital, Aketaton (a moderna Tell el-Amarna), que foi construída em honra de Aton, sobre o qual se centrou a nova religião monoteísta. No entanto, a revolução religiosa foi abandonada no final do seu reinado. Seu sucessor Tutankhamen é conhecido hoje, sobretudo, pela suntuosidade do seu túmulo, encontrado praticamente intacto no vale dos Reis, em 1922.

O fundador da XIX Dinastia foi Ramsés I (reinou em 1293-1291 a.C.), que foi sucedido por seu filho Seti I (reinou em 1291-1279 a.C.); esse organizou campanhas militares contra a Síria, Palestina, os líbios e os hititas. Foi sucedido por Ramsés II, que fez a maior parte das edificações em Luxor e Karnak, ao construir o Ramesseum (seu templo funerário) em Tebas, os templos esculpidos na rocha em Abu Simbel e os santuários em Abidos e menfis. Seu filho Meneptá (1212-1202 a.C.) derrotou os invasores provenientes do mar Egeu, feitos narrados em um texto esculpido na esteira na qual figura a primeira menção escrita conhecida do povo de Israel.

O Terceiro Período Intermediário compreende da XXI à XXIV Dinastias. Os faraós que governaram a partir de Tânis, no norte, entraram em choque com os sumos sacerdotes de Tebas. Os chefes líbios deram origem à XXI Dinastia. Quando os governadores líbios entraram em um período de decadência, vários rivais se armaram para conquistar o poder. De fato, as XXIII e XXIV Dinastias reinaram ao mesmo tempo que a XXII, bem como a XXV (cusita), que controlou de forma efetiva a maior parte do Egito quando ainda governavam as XXIII e XXIV Dinastias, no final do seu mandato.

Os faraós incluídos da XXV à XXXI Dinastias governaram a Baixa Época. Os cusitas governaram de 767 a.C. até serem derrotados pelos assírios, em 671 a.C. Quando o último faraó egípcio foi derrotado por Cambises II, em 525 a.C., o país caiu sob domínio persa (durante a XXVII Dinastia).

A ocupação do Egito pelas tropas de Alexandre Magno, em 332 a.C., pôs um fim ao domínio persa. Alexandre designou o general macedônio Ptolomeu, conhecido mais tarde como Ptolomeu I Sóter, para governar o país. A maior parte do período que seguiu à morte de Alexandre Magno, em 323 a.C., foi caracterizada pelos conflitos com outros generais, que tinham se apoderado das distintas partes do império. Em 305 a.C., assumiu o título real e fundou a dinastia ptolemaica. Cleópatra VII foi a última soberana dessa Dinastia. Tentando manter-se no poder, aliou-se a Caio Júlio César e, mais tarde, a Marco Antônio. Depois da morte de Cleópatra, em 30 a.C., o Egito foi controlado pelo Império Romano durante sete séculos. Nessa época, a língua copta começou a ser usada independentemente da egípcia.

Com a finalidade de controlar a população e limitar o poder dos sacerdotes, os imperadores romanos protegeram a religião tradicional. Os cultos egípcios a Ísis e Serápis se estenderam por todo o mundo greco-romano. O Egito foi também um centro importante do cristianismo primitivo. A Igreja Copta, que aderiu ao monofisismo, se separou da corrente principal do cristianismo no século V.

Durante o século VII, o poder do Império Bizantino foi desafiado pela dinastia dos Sassânidas da Pérsia, que invadiram o Egito em 616. Em 642, o país caiu sob o domínio dos árabes, que introduziram o islamismo.

Nos séculos que se seguiram, teve início um lento processo de islamização que com o tempo produziu a mudança de um país cristão de fala copta para um outro, muçulmano de fala árabe. A língua copta se converteu em uma língua litúrgica.

Durante o califado abássida, surgiram freqüentes insurreições por todo o país provocadas pelas diferenças entre os sunitas, maioria ortodoxa, e a minoria que aderiu aos xiitas. Em 868, Ahmad ibn Tulun transformou o Egito em um estado autônomo, vinculada aos abássidas apenas pelo pagamento de um pequeno tributo. A dinastia de Tulun (os tulúnidas) governou durante 37 anos um império que englobava o Egito, a Palestina e a Síria.

Depois do último governo dos tulúnidas, o país entrou em um estado de anarquia. Suas frágeis condições o tornaram presa fácil para os fatímidas, que em 969 invadiram e conquistaram o Egito e fundaram o Cairo, convertendo-a na capital do seu império. Os fatímidas foram derrotados pelos ayyubis, cujo líder Saladino (Salah ad Din Yusuf ibn Ayubb) se proclamou sultão do Egito e estendeu seus territórios até Síria e Palestina, tomando dos cruzados a cidade de Jerusalém (ver Cruzadas). A debilidade de seus sucessores levou a uma progressiva tomada do poder pelos mamelucos, soldados de diversas origens étnicas que os serviam e terminaram por proclamar-se sultões com Izza al Din Aybak, em 1250.

No final do século XIII e começo do século XIV, o território dos mamelucos se estendia para o norte até os limites da Ásia Menor. A segunda dinastia de sultões mamelucos, os buris, era de origem circassiana; governaram de 1382 a 1517, quando o sultão Selim I invadiu o Egito e o integrou ao Império otomano.

Embora o domínio real dos turcos otomanos sobre o Egito tenha durado apenas até o final do século XVII, o país pertenceu nominalmente ao Império otomano até 1915. Em vez de acabar com os mamelucos, os otomanos utilizaram-nos em sua administração. Na metade do século XVII, os emires mamelucos (ou beis) restabeleceram sua supremacia. Os otomanos aceitaram a situação, com a condição de que pagassem um tributo.

A ocupação francesa do Egito em 1798, levada a cabo por Napoleão I Bonaparte, interrompeu por um curto intervalo de tempo a hegemonia mameluca. Em 1801, uma força britânico-otomana expulsou os franceses. Mehemet Ali assumiu o poder e, em 1805, o sultão otomano o reconheceu como governador do Egito. Mehemet Ali destruiu todos os seus oponentes até se tornar a única autoridade no país. Para poder controlar todas as rotas comerciais, realizou uma série de guerras expansionistas.

Os britânicos ocuparam o Egito de 1882 a 1954. O interesse da Grã-Bretanha se centrava no canal de Suez, que facilitaria a rota britânica até a Índia. Na I Guerra Mundial, a Grã-Bretanha estabeleceu um protetorado. Em 1918, surgiu um movimento nacionalista para garantir a independência. Eclodiu uma revolta violenta no país, razão pela qual a Grã-Bretanha suprimiu o protetorado em 1922 e foi proclamada uma monarquia independente, governada pelo rei Fuad I.

Em 1948, o Egito e outros Estados árabes entraram em guerra com o recém-criado Estado de Israel. Com a derrota, o Exército se voltou contra o rei Faruk I. Em 1952, um golpe de estado depôs o rei e proclamou a República do Egito.

O primeiro presidente, o general Muhammad Naguib, foi uma figura nominal, pois o poder foi exercido por Gamal Abdel Nasser, presidente do Conselho do Comando da Revolução. Em 1956, foi eleito oficialmente presidente da República. No começo, Nasser seguiu uma política de solidariedade com outras nações africanas e asiáticas do Terceiro Mundo e se converteu no grande defensor da unidade árabe. A negativa dos países ocidentais de proporcionar-lhe armas (que provavelmente utilizaria contra Israel) provocou uma reviravolta na política externa de Nasser, que o aproximou dos bloco dos países do Leste.

No que diz respeito à política interna, Nasser suprimiu a oposição política, estabeleceu um regime de partido único e socializou a economia. Essa nova ordem foi chamada de socialismo árabe. Em 1967, continuou a luta contra Israel, que desembocou na guerra dos Seis Dias, ao final da qual Israel assumiu o controle de toda a península do Sinai. O canal de Suez permaneceu fechado durante a guerra e posteriormente foi bloqueado. Nasser recorreu à União Soviética.

Nasser morreu em 1971 e foi sucedido pelo seu vice-presidente, Anwar al-Sadat. Sadat promoveu uma abertura política e econômica, além de procurar uma saída para o problema israelense mediante a negociação; como não conseguiu, planejou outro ataque contra Israel, dando início à guerra do Yom Kippur. Em 1974 e 1975, Egito e Israel concluíram uma série de acordos que resultou na retirada das tropas do Sinai. Em 1975, o Egito reabriu o canal de Suez e Israel se retirou de certos pontos estratégicos e de alguns dos campos petroleiros do Sinai.

A questão econômica começou a ganhar cada mais importância; em 1977, Sadat pediu para que os assessores militares soviéticos abandonasse o país e se aproximou dos Estados Unidos. Em uma conferência tripartite com o presidente norte-americano Jimmy Carter, realizada em 1978, Sadat e o primeiro-ministro israelense Menahem Begin assinaram um acordo para a solução do conflito egípcio-israelense. Grupos fundamentalistas islâmicos protestaram contra o tratado de paz, e Sadat foi assassinado em 1981.

Hosni Mubarak sucedeu Sadat. Abriu politicamente o país e melhorou as relações com outros Estados árabes. Participou da coalizão que lutou contra o Iraque na guerra do Golfo Pérsico, em 1991. Em 1992, os fundamentalistas islâmicos começaram a lançar violentos ataques com o objetivo de substituir o governo de Mubarak por outro baseado no estrito cumprimento da lei islâmica. Em outubro de 1993, Mubarak foi reeleito para um terceiro mandato presidencial, embora continuasse a violência por parte dos militantes islâmicos.


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Cartago, a Grande

A data tradicionalmente aceita para a fundação de Cartago é 814 a.C. Era uma das mais importantes colônias dos Fenícios. A partir do século VIII, Cartago substituiu Tiro na organização do tráfego marítimo e no estabelecimento de pontos comerciais estratégicos no Ocidente.




Exercia assim um domínio sobre o mar Mediterrâneo e geria o antigo império colonial de Tiro como verdadeira potência militar. Saliente-se a importância dos navegadores fenícios, cujos vestígios encontrados precisamente em Cartago datam de cerca de 730 a.C..

Administrativamente, encontrava-se organizada por um tipo de governo estabelecido em dois sufetes, por um Conselho de Anciãos e por uma Assembleia do Povo. Possuía todas as condições para se tornar numa grande potência. A sua política internacional foi marcada pela luta levada a cabo relativamente à posse das ilhas da Sardenha e da Sicília.

Através de uma excelente política comercial e de conquista, conseguiu aumentar o número de colónias e, depois de ter alcançado um grande poder, deu início a uma guerra entre gregos e cartagineses na Sicília, no ano 550 a. C. O exército púnico enviado por Malco conseguira dominar a maior parte da ilha, derrotando os gregos em Alália (Aléria, Córsega), em 535 a. C., mas, simultaneamente, os cartagineses perdiam as suas posições na Gália meridional. Malco tentou a conquista de Sardenha, tendo saído derrotado, o que motivou o seu desterro por deliberação do Senado. Não contente com a decisão sublevou-se, matou o seu próprio filho Carthalo, tornou-se governador da cidade e condenou à morte os membros do Senado que votaram o seu desterro. A sua intenção era seguir uma política de ditadura pessoal, mas perdeu a vida numa sedição.

Mágon sucedeu a Malco e da sua acção contam-se as conquistas da Sardenha e das ilhas Baleares. Foi neste período que Cartago atingiu o seu apogeu com a colonização da costa setentrional de África, fundando pontos comerciais estratégicos. Deste período são conhecidos testemunhos da prática de transacções comerciais com Cartago no litoral de Portugal, na Gália e nas ilhas Britânicas. Magón morreu no ano 500 a. C. e quem passou a ocupar o trono foi Asdrúbal. Este resistiu a Cambises, rei da Pérsia, que pretendia anexar Cartago. Um factor que esteve a favor dos Cartagineses foi o facto de a frota persa ser tripulada por fenícios, que se recusaram assim a atacar.

Asdrúbal morreu em 485 a. C. e Amílcar, seu sucessor, acabaria por reconhecer a soberania nominal do rei da Pérsia e, com o objectivo de não ser importunado pelos helenos, organizou uma grande expedição para expulsar os gregos da Sicília, o grande celeiro daquele tempo. Este acto foi uma prova do poderio militar de Cartago baseado numa frota bem apetrechada e num elevado número de soldados. No entanto, quando tentava tomar Himera, em 480 a. C., foi derrotado por Gelon, rei de Siracusa, que fez numerosos prisioneiros entre os cartagineses. Seguiu-se um período de paz que durou setenta anos, durante os quais Cartago pôde reorganizar as suas forças e desenvolver-se economicamente. Estabeleceram também alguns tratados, nomeadamente com os Romanos. Com estes assinaram um acordo em 509 a. C., segundo o qual era outorgado o respeito mútuo do espaço territorial e do tráfico comercial, comprometendo-se ambos igualmente a não atacar territórios de parte a parte. Neste acordo estava implícita a intenção de Roma em fechar o acesso dos Cartagineses a Itália.

Os atenienses pediram auxílio a Cartago após 414 a. C. para tomarem a Sicília, mas logo em 410 a. C. os cartagineses decidiram-se pela desforra da sua derrota em Himera e iniciaram uma guerra que acabaria por durar um século. Siracusa vivia um clima de anarquia e as cidades de Himera e Agrigento transformaram-se num amontoado de ruínas. Timoleão fez frente aos cartagineses e venceu-os em Cramisa, em 339 a. C., reduzindo-os às suas antigas possessões.
Quando os cartagineses já tinham em seu poder quase todo o território siciliano, Agátocles atacou o Norte de África, isolando Cartago. Só com a morte de Agátocles (288 a. C.), Cartago voltou a recuperar o anterior poder que detinha na Sicília, benificiando das dissensões internas da Grécia.

Cartago iria estabelecer uma aliança com Roma em 290 a. C. na sequência da ameaça de invasão da Itália meridional por parte de Pirro, rei do Épiro. A Sicília caiu nas mãos de Pirro e dasapossou Cartago de todas as suas colónias na ilha. Por isso, esta propôs a paz, reconhecendo a soberania de Pirro em todos os territórios conquistados. No entanto, o objectivo de Pirro era invadir África e tomar Cartago, mas acabou por não concretizar a sua intenção retirando-se para a Sicília.
A Sicília desde sempre foi um território muito cobiçado e tornou-se no motivo principal da série de conflitos que tiveram lugar a partir de 264 a. C. Tendo como campo de batalha a Sícilia, iniciou-se um período de guerras entre romanos e cartagineses que ficaria conhecidas por Guerras Púnicas. A primeira Guerra Púnica vai de 264 a 241 a. C. De forma a fazer frente aos cartagineses, os romanos tiveram de se transformar numa potência naval e apoderaram-se de Agrigento em 262 a. C., cujo resultado foi a obtenção de uma vitória naval contra os cartagineses.
Sob o cartaginês Amílcar Barca a vitória permaneceu indecisa na Sicília. Os romanos acabaram por consquistar a ilha e os cartagineses viram-se obrigados a assinar um tratado, através do qual concediam a Sardenha aos romanos (237 a. C). Com este acto punha-se fim à primeira Guerra Púnica. Seguidamente ocorreu uma sublevação dos mercenários ao serviço de Cartago, facto que levou o Senado a procurar ajuda junto de Amílcar Barca, que submeteria os númidas e os mauritanos e passaria a fazer campanhas na Hispânia durante alguns anos. Sucedeu-lhe Asdrúbal, que concretizou os planos de Amílcar Barca ao conquistar a Hispânia até ao Ebro, estabelecendo um tratado com Roma, de posse da Gália, no qual se comprometia a não prosseguir com as conquistas para lá do Ebro.

O sucessor de Asdrúbal foi Aníbal, filho de Amílcar Barca, que vai assumir especial protagonismo durante a segunda Guerra Púnica, iniciada em 218 a. C. e que durará até 202 a. C. O desencadear desta guerra deveu-se ao ataque a Sagunto (229 a. C.), cidade aliada de Roma na Península Ibérica, de maneira a retirar alguma compensação da derrota na primeira guerra. Aníbal, à frente de um numeroso exército (onde se destacavam os elefantes) passou para além do Ébro, dos Pirenéus, do Ródano e dos Alpes para fazer frente a Roma, que derrotou em quatro batalhas: Tesino, Trebia, Trasimeno e Canas (216 a. C.). Permaneceu em Itália durante quinze anos com o objectivo de conquistar Roma. Só com a acção levada a cabo por Públio Cornélio Cipião, o Africano, que se reflecte numa luta persistente na Hispânia, chegando depois aos muros de Cartago com um poderoso contingente militar, Aníbal abandonaria os seus postos em Itália regressando a África. Os cartagineses acabariam por ser derrotados por Cipião na batalha de Zama (202 a. C.) e foram obrigados a entregar as suas possessões na Europa, a pagar um pesado tributo e a não fazer qualquer guerra sem antes darem conhecimento ao Senado romano. Nomeado sufete, Aníbal dedicou-se a reparar os danos da guerra e, devido ao seu génio no empreendimento de reformas administrativas, Cartago depressa recuperaria o seu estatuto de potência comercial.

Temendo o poder de Aníbal, os romanos pediram a sua reclusão em Roma, mas este conseguiu escapar, refugiando-se em 195 a. C. na corte de Antíoco III, rei da Síria.

Devido ao tratado assinado com Roma, Cartago não estava autorizada a fazer qualquer guerra e por isso não poderia defender os seus territórios da conquista que o rei númida Massinisa levava a bom termo, contando com o apoio dos romanos e chegando a anexar uma parte do território cartaginês. Cansados das respostas evasivas dos romanos, os cartagineses, sob o comando de Cartalo e Asdrúbal, decidiram encetar uma nova guerra contra Massinisa pelos seus territórios, mas foram derrotados na batalha de Oróscopo. Roma intervém, dando assim início à terceira Guerra Púnica (150 a. C.), alegando o rompimento do acordo estabelecido por parte de Cartago. Foi enviado para África um exército e, simultaneamente, uma embaixada cartaginesa chega a Roma com a informação de que os chefes da revolta foram desterrados e que o povo cartaginês se colocava sob a vontade romana. Roma fez então exigências extremamente pesadas o que provocou a união do povo e a rebelião contra o poder romano, usando como instrumento o exército de Asdrúbal que entretanto havia sido reabilitado. Derrotaram os dois cônsules romanos, Manlio e Censorino, que levavam ordens para assediar Cartago. Em 148 a. C., o exército romano encontrava-se sob o comando de Calpúrnio Pisão e Lúcio Mancino, mas foram igualmente derrotados. Como os desastres se somavam do lado dos romanos, o Senado decidiu enviar Cipião Emiliano para reorganizar o exército, enquanto Mancino conseguia atacar uma importante posição junto ao pomoerium, o qual foi imediatamente auxiliado por Cipião, e sitiam a cidade de Megara. Os sitiados conseguiram resistir ainda durante algum tempo e durante o Inverno Cipião atacou Neferis e seguidamente Byrsa, derrotando os cartagineses. Cartago acabava por cair nas mãos dos romanos, tendo sido totalmente destruída a mando do Senado em 146 a. C. Falar em destruição é amenizar o que verdadeiramente sucedeu: arrasaram-se pura e simplesmente todas as estruturas materiais da cidade, pondo-se sal e cal para esterilizar a terra e impedir que ali renascesse algo. Cartago foi convertida então numa província romana.

A Área de Cartago faz parte da lista do Património Mundial da UNESCO desde 1979.


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► A queda de Cartago

A Núbia Cristã caiu como fruto maduro

A Núbia Cristã caiu como fruto maduro não à força das armas, mas em resultado da penetração lenta e certa dos comerciantes árabes que finalmente colocaram no trono do monarca monofisita núbio, um príncipe convertido ao Islão em 1315.


Os três Reinos cristãos da Núbia.

Até pelos meados do século dezasseis, o Cristianismo monofisita deixou de existir na Núbia. O perfil militarista dos núbios era lendário por toda a parte no Mediterrâneo. A espada, a lança e a seta islâmicas, antes da pólvora faziam o temor dos núbios no Vale e mais além. Os Núbios forçaram os generais muçulmanos quando apareceram a tratar com eles os dois lados forçados a assinar um tratado de empate militar - o baqt de 652.

O mal para a Núbia foi que o pacto além do mais pautava principalmente a penetração comercial dos árabes nos territórios do sul da região nilótica. Desde logo os árabes mostraram-se mais interessados na captura de escravos para os insaciáveis mercados do Mediterrâneo.

Uma história interessantíssima esta da escravatura e cultura da cana do açúcar no Mediterrâneo onde tudo começou, e eram vendidos não só estes africanos saharianos do Vale lá dos recônditos das terras nilóticas e saharianas, mas também europeus, não apenas estes peninsulares da Itália e Hispânia, mas ainda das longínquas terras eslavas lá no interior das bacias do Reno e Danúbio terras que ficaram a ser designadas por esta sinonimia do latim da decadência – slavus - para dizer escravo terras do recrutamento de escravos por excelência hoje povos eslavos derivação esquecida na bruma dos tempos.

As experiências e sucessos com a mão de obra escrava nos canaviais das Caraíbas e das Américas séculos mais tarde tiveram os seus primeiros ensaios aqui, nas ilhas, penínsulas e margens do Mediterrâneo, Chipre, Sicília, Malaga e Algarve, do Mediterrâneo aqui da nossa história. A cana do açúcar e a mão de obra escrava foi uma história que primeiro triunfou no Mediterrâneo antes do seu esplendor nas Caraíbas e nas Américas das economias dos séculos seguintes.

O Vale do Nilo ocupado pelas forças islâmicas desde aquele século, o século catorze, surge apenas como mais um centro de recrutamento para este mesmo propósito e muito mais. Quando depois de 1315 o comércio e a penetração islâmica se consolidaram no Vale do Nilo numa relação de matéria e forma - meio e objectivo - foi uma nova frente de história que se abria na Núbia para dizer que o fim da dinastia cristã significou o fim do cristianismo como religião do estado monofisita núbio.

A Núbia Cristã perdia as suas ligações com a sua base monofisita alexandrina, no norte, onde começara, ela também a não existir há muito tempo. Instalava-se o fenômeno ”isolamento” numa altura em que o proselitismo islâmico tornava-se mais indiscreto e descarado sob a égide – agora - de um príncipe muçulmano.

Nobadia, ao norte, tornara-se islâmica; Macuria, no centro, seguia o exemplo. Apenas Alodia (ou Alwa) mais para o sul manteve-se num estado de um cristianismo vegetativo, até o seu desaparecimento lento nos meados do século dezasseis derrubado, finalmente, por uma tribo árabe beduína que vai pelo nome de Fundj que podiam ser também os Shillukes dos Grandes Lagos, fundadores do Sennar, o estado sucessor da Núbia no século dezasseis.

Os Faraós Negros



O Egito foi, ao longo de sua história, alvo de diferentes processos de unificação e invasão. Ao contrário do que usualmente estudamos, essas invasões ocorreram durante outros momentos anteriores à dominação dos romanos no século I ou das nações européias no século XIX. Dessa maneira, as crises e hegemonias no interior da civilização egípcia é um assunto ainda pouco explorado pelos estudos historiográficos.

Na região sul do Rio Nilo, atual Sudão, um antigo império se formou no período em que o Egito vivia um período de decadência no Médio Império. Entre os séculos XVIII e XVI a.C., os núbios realizaram a expansão de suas fronteiras na região do extremo sul do Rio Nilo. O Egito, que dependia da exploração de zonas de exploração aurífera próximas ao Império Núbio, sentiam que a ascensão de um vizinho tão poderoso poderia vir a ameaçar a integridade de seus territórios.

Dessa forma, entre os séculos XVI e XIII a.C., o Egito realizou um processo de invasão e domínio sobre os núbios. Sem adotar uma política muito opressiva, os egípcios trouxeram à civilização núbia vários de seus costumes e hábitos. O que parecia ser um claro processo de aculturação dos egípcios sobre os núbios, veio mais tarde garantir a preservação de traços importantes da civilização egípcia. No final do século VIII a.C., o Egito estava politicamente fragmentado e sofria o controle dos chefes guerreiros líbios.

Em 770 a.C., Piye, rei da Núbia, empreendeu uma investida militar que reunificaria politicamente o Egito. Partindo com tropas para o norte, o exército núbio chegou à cidade egípcia de Tebas, capital do Alto Egito.




No fim de uma campanha de um ano, todos os chefes guerreiros do Egito haviam capitulado - incluindo Tefnakht, o líder do delta, que enviou uma mensagem a Piye: "Seja clemente! Não posso contemplar o teu semblante nos dias de vergonha nem me erguer diante de tua chama, pois temo a tua grandeza". Em troca da própria vida, os derrotados conclamaram Piye a adorar em seus templos, a ficar com suas jóias mais refulgentes e a apoderar-se de seus bons cavalos.

O conquistador não se fez de rogado. E então, diante de seus vassalos que tremiam de medo, o recém-sagrado Senhor das Duas Terras fez algo extraordinário: após embarcar seu exército e seu butim, içou velas rumo ao sul, navegou de volta para casa, na Núbia, e jamais voltou ao Egito.

Piye tornou-se o primeiro faraó negro do Egito. A ascensão de faraós negros no Egito trouxe à tona a supremacia de uma civilização africana que questionava as idéias dos pensadores e historiadores do século XIX, que colocavam os povos africanos enquanto sinônimo de atraso.

No ano de 715 a.C., Piye faleceu, deixando o trono sob o domínio de seu irmão Shabaka. Ascendendo ao poder, Shabaka assumiu o nome de faraó Pepi II. Entre suas principais ações, Pepi II empreendeu um notório conjunto de obras públicas. A cidade de Tebas, capital do Egito, e o templo de Luxor ganharam novos projetos. Em Karnak, ordenou a construção de uma estátua em sua homenagem e tratou de construir diques que impedissem a inundação das casas das populações que viviam às margens do Rio Nilo.

Em 701 a.C., quando as tropas assírias marcharam sobre a Judéia, no atual território de Israel, os núbios decidiram conter aquele avanço. Preocupados com o avanço do Império Assírio, que na época viviam a ampliação de seus domínios, os núbios formaram um exército que deveria conter a dominação assíria sobre as cidades de Eltekeh e Jerusalém.

Os dois exércitos chocaram-se na cidade de Eltekeh. E, embora o imperador assírio, Senaqueribe, tivesse se vangloriado da vitória, um jovem príncipe núbio Taharqa, com cerca de 20 anos, filho do faraó Piye, sobreviveu. O fato de que os assírios, que costumavam não poupar nenhum de seus inimigos, terem deixado escapar o príncipe indica que talvez a vitória não tenha sido total.

Seja como for, quando os assírios deixaram Eltekeh e se concentraram diante das portas de Jerusalém, o líder da cidade, Ezequias, contava com a ajuda de seus aliados egípcios. Cientes disso, os assírios não puderam conter a provocação, imortalizada no Livro II de Reis, do Antigo Testamento: "Confias no apoio do Egito, esse caniço quebrado, que penetra e fura a mão de quem nele se apóia; pois não passa disso o Faraó, rei do Egito, para todos os que nele confiam" (18:21).

Em seguida, de acordo com a Bíblia, ocorreu um milagre: as tropas assírias recuaram. Teriam sido assoladas por alguma peste? Ou, como sugere Henry Aubin em um livro polêmico, The Rescue of Jerusalem ("O resgate de Jerusalém"), os assírios se afastaram ao ter conhecimento de que o mencionado príncipe núbio avançava sobre Jerusalém? Tudo o que sabemos é que Senaqueribe desistiu do cerco e retornou em desgraça a seu reino, onde seria assassinado 18 anos depois, aparentemente pelos próprios filhos.

Segundo alguns historiadores, graças à contribuição militar núbia, a civilização judaica usufruiu de um longo período em que consolidou suas principais tradições culturais e religiosas.


Rei Núbio Taharqa.

Em 690, Taharqa foi alçado ao trono em Mênfis e liderou os impérios do Egito e da Núbia nos 26 anos seguintes. Taharqa ascendera em momento favorável à 25ª dinastia. Em seu governo, as vitórias militares garantiram grande estabilidade aos territórios egípcios. Os chefes guerreiros do delta haviam sido subjugados. Os assírios, após o humilhante confronto em Jerusalém, não queriam ter nada a ver com o soberano núbio. O Egito era dele e de ninguém mais. Além disso, uma seqüência de generosos períodos de chuva deu tranqüilidade a toda população por ele controlada.

Durante o sexto ano em que estava no poder, o Nilo encheu-se com as chuvas, transbordando pelas várzeas circundantes e proporcionando espetacular colheita de cereais. A cheia conseguiu até mesmo acabar com os ratos e as serpentes. Não havia a menor dúvida de que o adorado Amon sorria para seu eleito.


Colar Núbio feito de ouro. Está
inscrito com hieróglifos egípcios.

Aproveitando do período de prosperidade, Taharqa lançou o mais ousado programa de obras civis jamais iniciado por nenhum faraó desde o Novo Império (por volta de 1500 a.C.). As capitais sagradas de Tebas e Napata foram os alvos principais da atenção de Taharqa. Hoje, em meio aos restos confusos do complexo de Karnak, perto de Tebas, vê-se uma coluna solitária com 19 metros de altura. Havia dez desses pilares, formando um pavilhão que o faraó núbio adicionou ao templo de Amon. Ele também mandou construir várias capelas ao redor do templo e erigiu estátuas de si mesmo e de sua amada mãe, Abar. Sem desfigurar nem um único monumento preexistente, Taharqa deixou sua marca em Tebas.


Em Jebel Barkal, Taharqa construiu dois templos aos pés do monte.

Ele fez o mesmo centenas de quilômetros rio acima, na cidade núbia de Napata. O monte sagrado Jebel Barkal havia cativado até mesmo os faraós egípcios do Novo Império, que consideravam o local como a terra natal de Amon. Apresentando-se como herdeiro dos faraós do Novo Império, Taharqa construiu dois templos no sopé do morro, em honra da divina consorte de Amon. No pináculo de Jebel Barkal - recoberto em parte com folhas de ouro -, o faraó negro ordenou que fosse inscrito seu nome.

Durante seu governo, os assírios afrontaram mais uma vez a dinastia núbia. Sobre o comando do rei Esarhaddon, os assírios tentaram obstruir o entreposto comercial egípcio às margens do Líbano.

No litoral do Líbano, os mercadores de madeira vinham alimentando o apetite arquitetônico de Taharqa com suprimento de zimbro e cedro. Quando Esarhaddon, o rei da Assíria, tentou fechar essa artéria comercial, Taharqa enviou tropas para reforçar um levante contra os assírios. Confiante na prosperidade de seu reino e na força de seus exércitos, Taharqa enviou tropas incumbidas de aniquilar a ação militar assíria. Oferecendo grande resistência, os assírios venceram a batalha e invadiram o Egito, em 674 a.C.. Mas o exército de Taharqa conseguiu expulsar os assírios.


Detalhe de uma parede do palácio assírio em Nimrud,
mostrando o ataque assírio a uma cidade egípcia cerca
de 667 aC.. Tropas Núbias e seus funcionários sendo
levados cativos. Palácio assírio em Nimrud, no Iraque.

Outros estados rebeldes na orla do Mediterrâneo se colocaram ao lado do faraó núbio e formaram uma aliança contra Esarhaddon. Em 671 a.C., os assírios avançaram com seus camelos pelo deserto do Sinai a fim de sufocar a rebelião. E logo tiveram êxito. Esarhaddon ordenou que suas tropas seguissem em direção ao delta do Nilo.

Taharqa e seus homens enfrentaram os assírios. Durante 15 dias travaram batalhas campais sanguinolentas. Mas os núbios se viram forçados a recuar até Mênfis. Ferido cinco vezes, Taharqa escapou com vida e abandonou Mênfis. Seguindo a tradição assíria, Esarhaddon massacrou os moradores e "erigiu montes com suas cabeças". E encomendou uma estela mostrando o filho de Taharqa, Ushankhuru, ajoelhado diante do assírio com uma corda em torno do pescoço.

Taharqa terminou vivendo mais que o vitorioso Esarhaddon. Em 669 a.C., este morreu quando se dirigia ao Egito, depois de saber que o núbio retomara Mênfis. Comandados por novo soberano, os assírios voltaram a investir contra a cidade, dessa vez com um exército reforçado por tropas rebeldes cativas. Taharqa não tinha como vencer. Acabou voltando para o sul, refugiando-se em Napata e jamais pisando de novo no Egito. Morreu em 664 a.C. e seu corpo foi enterrado em uma pirâmide em Nuri, às margens do rio Nilo.


Vista do interior da tumba do rei Tanutaman
(664-653 a.C.). Um belo retrato do rei, com pele
morena escura, aparece na parede, El-Kurru, Sudão.

No reinado de Tanutaman (664-653 a.C.), que governou o Egito por apenas um ano ou dois antes que os assírios invadiram novamente. O exército assírio derrotou as forças Núbias e Egipcías e Tanutaman teve de fugir para a Núbia. Os assírios, em seguida, marcharam para o sul para a cidade sagrada de Tebas. Eles mataram o povo e saquearam os templos, levando os tesouros para sua capital Nínive.

Com o fim dessa dinastia, a cultura egípcia ainda preservou características provenientes do contato com esse reino africano.

Fontes: História do Mundo / Dignubia.org / Passeiweb.com

Núbia

A Núbia é a região situada no vale do rio Nilo que atualmente é partilhada pelo Egito e pelo Sudão mas onde, na antiguidade se desenvolveu o que se pensa ser a mais antiga civilização negra de África(baseada na civilização anterior do Baixo Egito, que deu origem ao reino de Kush, que existiu entre o 3º milênio antes de Cristo e o século IV da nossa era.


Ruinas da cidade de Meroé.

Este reino foi então dominado pelo reino de Axum e aparentemente, os núbios formaram novos pequenos estados fora da região ocupada. Um deles, Makuria tornou-se preponderante na região, assinando um pacto com o Egipto islâmico para conservar a sua religião cristã (copta), que conservou até ao século XIV, quando foi finalmente submetida aos árabes dominantes, mais precisamente dominada pelos Turcos Mamelucos por volta de 1315. Eles impuseram sua religião muçulmana e colocaram no poder um príncipe Núbio convertido ao Islã.

No entanto, a parte sul conservou-se independente, como o reino de Sennar, até ao século XIX, quando o Reino Unido ocupou a região. Com a independência dos atuais estados africanos, os núbios ficaram divididos entre o Egipto e o Sudão.

Nesta região, na grande curva do Nilo, na parte sudanesa, encontram-se as ruínas das cidades de Napata, perto do monte Gebel Barkal, e Meroe que foram inscritos pela UNESCO, em 2003, na lista do Património Mundial.

Fonte: Wikipédia


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A Majestosa Civilização de Cush

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Os cushitas, em épocas mais recentes, ocupavam o sul do Nilo com seu impressionante exército de arqueiros.

Cush foi o local do Jardim do Éden. Gen. 2: 11-14 - "Um rio saía do Éden para regar o jardim, e de lá se dividia em quatro braços. O primeiro chama-se Fison: é aquele que rodeia toda terra de Hévila, onde existe ouro; e o ouro dessa terra é puro, e nela se encontram também o bdélio e a pedra de ônix. O segundo rio chama-se Geon: ele rodeia toda a terra de Cush. O terceiro rio chama-se Tigre e corre pelo oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates."
Nos escritos do Antigo Testamento, Cush é conhecido também por Núbia e muitas vezes citado como Etiópia.

Os historiadores gregos Homero e Heródoto deixaram registrados que os cushitas povoaram o Egito, a Arábia, a Palestina, a Ásia Ocidental e a Índia. Foram considerados, por Heródoto, como os mais altos, os mais bonitos; de maior longevidade entre as raças humanas e os mais justos dos homens. São citados nos anais de todas as civilizações. A arte de embalsamento, pelo qual são famosos os faraós egípcios, teve sua origem na civilização Cushita.
O Império de Cush construiu três vezes mais pirâmides que os egípcios e possuíram a cerâmica mais bela do mundo, assim considerada por todos os povos, inclusive os gregos.


Placa de marfim esculpida com uma
cena de um leão atacando um Núbio.

A economia cushita era baseada em pedras preciosas, madeira de ébano, marfim, e também diversos produtos que contribuíram decisivamente para a manutenção e crescimento da civilização egípcia.
A 25ª dinastia do Egito é conhecida como dinastia etíope, em 712 a.C., porque o Egito foi conquistado pelo Império Cushita que governava o Egito e a Núbia.
A primeira capital do Império Cushita foi à cidade de Kerma, anterior a 5.000 a.C, considerada a cidade mais antiga da África, cujo tamanho compreendia 62 acres e possuindo mais de 200 casas, e edifícios maciços do tijolo que foram devotados ao comércio e às artes, com um templo e um palácio.


Ruínas da cidade de Napata.

A segunda capital foi Napata, um centro sagrado e devotado aos deuses. O templo fundado em Jebal Barkal, uma montanha sagrada, transformou-se na fonte de reivindicações de Núbia ao trono egípcio.

Colar Núbio feito de ouro. Está
inscrito com hieróglifos egípcios.

Os reis de Núbia invadiram o Egito e estabeleceram a 25ª dinastia. O império de Núbia abrangeu a Síria no norte à Núbia no sul. Os reis de Núbia ajudaram o estado de Israel em seu esforço de guerra contra os Assírios. A terceira capital foi Meroé, a sua linhagem real durou mil anos. A cultura de Núbia em Meroé combinou tradições egípcias.

Ruinas da cidade de Meroé.

As mulheres tiveram papel proeminente na sociedade cushita, ocupando posições de poder e prestígio. Ao contrário das rainhas do Egito que possuíam o poder derivado dos seus maridos, as rainhas de Cush eram governantes independentes. Cush era uma sociedade matriarcal no período de Meroé. Os historiadores acreditam que em Meroé, uma das capitais do império cushita, nunca um homem reinou. O título de Candances para as rainhas foi originado do vocábulo ‘kentace’, e existiu por mais de quinhentos anos. Quatro dessas rainhas: Shanakdakete, Amanirenas, Amamishakete, Amamitere foram guerreiras temidas e comandaram seus bravos exércitos.

A Rainha Amamishakete e seu companheiro

A rainha Amanirenas reinou na cidade Meroé e quando o imperador romano Augustus tentou impor um imposto aos cushitas, Amanirenas e seu filho Akinidad, realizaram um ataque violento a um forte romano na cidade Asuan. Augustus mandou as tropas romanas; comandadas pelo general Peroneus, retaliaram, mas, encontraram uma forte resistência de Amanirenas comandando as tropas que derrotou os romanos e os obrigaram a negociar a paz. Os cushitas detiveram o avanço dos romanos na África, e colocaram um busto de César Augustus enterrado debaixo de uma entrada em um templo. Nesta maneira, todos que entraram pisariam em sua cabeça.


A Rainha Amamishakete e seu companheiro.

A rainha Amanirenas era alta, muito forte e cega de um olho; venceu as tropas romanas no ano 23 a.C., obrigando Roma a trocar embaixadores e fecharam um acordo, onde Roma devolveu um território cushita, anteriormente pago em imposto. Outras rainhas também enfrentaram as tropas romanas.
O exército africano de Cush derrotou inimigos egípcios, gregos e romanos.
A civilização de Cush, com seu alfabeto, comércio e triunfos arquitetônicos é considerada por alguns estudiosos, como superior às civilizações mais desenvolvidas do mundo antigo.

Fonte: Blog da CNNC


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