sábado, 12 de dezembro de 2009

Os almorávidas ou o Império das Duas Margens (l086-l250)

A expansão berbere que pôs fim o reino de Ghana e construiu o império afro-europeu que tomou territórios sudaneses, saarianos, magrebinos e ibéricos só podem ser compreendidos no contexto dos processos sociais e econômicos que ensejaram os movimentos de islamização ou de renovação islâmica destas regiões.


O Império Almorávida em sua maior extensão em 1110.

Os berberes que habitavam o Magrebe e os que viviam no Saara foram inicialmente reticentes ao Islã. Praticavam um islamismo superficial, não aceitavam, por exemplo, um número máximo de esposas, o islã tirava da aristocracia certos privilégios e por isso o movimento Almorávidas caiu no gosto popular.

Enquanto dominavam o reino de Ghana, na península Ibérica, os emires muçulmanos, tributando duramente os camponeses e aliando-se aos inimigos de Alá, quando de suas disputas interemirados, retrocediam diante da reconquista empreendida por Afonso VII, senhor de Castela. Sob a pressão das massas ibéricas muçulmanas simpáticas ao “ascetismo” almorávida, os seguidores de Ibn Yacine foram conclamados, apesar da desconfiança dos emires, atravessarem o estreito de Gibraltar.




Em 1086, os almorávidas desembarcaram ao sul da atual Espanha, onde alcançaram importantes vitórias sobre os infiéis. Feito isto, voltaram para a África para, mais tarde, serem chamados, pois a boa sorte sorria novamente aos cristãos. Mais uma vez, as tropas africanas, atravessaram o estreito e destruíram os inimigos. Cansados das idas e vindas, os Almorávidas estabeleceram-se, como senhores, na Espanha islâmica. O poder almorávida, que uniu um só domínio importantes regiões da Europa e da África, com o decorrer dos anos tornou-se tão opressor como os antigos senhores do deserto ou dos emirados. Em meados do século XIII, sem o apoio das massas, o poder Almorávida foi destruído.

.:: Prefeitura de Barra Mansa


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