sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ouro e especiarias

A necessidade de encontrar um caminho livre para as Índias e chegar até as fontes de produção do ouro especiarias era fundamental para o comércio da Europa Ocidental.




Portugal, possuidor de importante experiência em navegação de alto mar, principalmente na pesca da baleia, e sendo também parada obrigatória da rotas marítimas ligando o Mediterrâneo e o norte da Europa, e perto da África, era a nação mais preparada para achar o caminho para as Índias.

Portugal contava também com uma relativa paz interior, enquanto outras nações européias ainda brigavam exaustivamente em guerras internas e externas, não tinham fronteiras definidas, Portugal já tinha definido suas fronteiras e a classe senhorial rejuvenescida pela revolução de l383. Quando os portugueses entraram em contato com as populações africanas, representavam o que existia de mais avançado em termos de governos na Europa.

O Contato entre Europa e África se deu num dos momentos mais cruciais da humanidade. A África foi envolvida neste processo em condições extremamente negativas. O avanço do mundo europeu em relação ao resto da humanidade – com as revoluções burguesa e industrial – fez estagnar e retroceder o dinamismo do mundo arabizado. O comércio negro-africano mantinha íntimas relações. O deslocamento do comércio de ouro para o golfo de Guiné corroeu as bases econômicas das grandes formações tributárias sudanesas. Mas o golpe mortal foi dado pelo tráfico de escravos.

A África negra não tinha especiarias ou produtos manufaturados que interessassem sobremaneira à atividade mercantil européia. O continente americano, depois do saque generalizado que se deu após seu descobrimento, também não tinha esses produtos. Suas terras, porém, permitiam o cultivo de cana de açúcar escravista, já praticada em pequena escala, na ilha de Madeira e em outras regiões do Mediterrâneo e do Atlântico.

Negro Açúcar

O açúcar, no século XV, havia sido uma verdadeira especiaria: “foram os cruzados e os árabes que tornaram conhecido na Europa o açúcar primitivamente fabricado e usado na Ásia”. Na idade média, era um artigo caríssimo, escolhido para presentes reais e como tal figurava nos próprios inventários monárquicos. Com a produção do produto na ilha de Madeira, houve uma ligeira queda no preço do produto na Europa, no entanto o consumo do açúcar difundia-se no velho continente entre as populações mais abonadas e tornou-se uma mercadoria essencial na prática do mercantilismo.

Conheciam-se as técnicas, abundavam as terras; os problemas era a mão-de-obra. Na época, falar em açúcar era falar em escravidão. A proximidade do continente africano com as terras americanas teve gravíssimas conseqüências para a civilização negra. Pastores e agricultores africanos passaram a ser sementeiros para o mercantilismo europeu.

Historicamente o cativeiro era a organização econômica que melhor se adaptava à valorização das terras americanas. Destruindo na produção do açúcar, milhões de homens e mulheres, ele possibilitou ótimos lucros para as classes senhoriais metropolitanas e colônias.

Esse processo de acumulação de riquezas através do escravo fez nascer, timidamente, nos poros do feudalismo o capitalismo europeu. O Próprio desenvolvimento capitalista europeu foi, portanto favorecido pela feitorização do homem africano. Tudo isso modificou profundamente e gravemente, o curso da história da África Negra.

.:: Prefeitura de Barra Mansa


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