sexta-feira, 2 de abril de 2010

Darfur: ferida na África

Morrem em Darfur, segundo estudos de campo, aproximadamente 500 pessoas por dia




Ele foi conhecido na antiguidade como Núbia e, posteriormente, foi incorporado ao mundo árabe na expansão islâmica do século VII. O sul escapa ao controle muçulmano, mas é submetido às aventuras dos caçadores de escravos quando, por volta de 1821, é conquistado e unificado pelo Egito e, anos depois, o Reino Unido é quem invade o país estimulando aspirações de independência que culminam com a expulsão dos próprios ingleses em 1885. Treze anos depois os ingleses retomam o espaço geográfico formatando um domínio conjunto e explorador com o Egito.

Esta nação tem uma história de conflitos entre o sul, cristão e animista, e o norte do país, muçulmano, que resultaram em duas guerras civis. Num certo momento da história, acreditem, introduziram no país, que não era totalmente maometano, a Sharia, lei islâmica responsável pela fuga dos sudaneses a países vizinhos pelo simples fato dela proibir bebidas alcoólicas (que loucura!). Além das punições, com naturalidade, através de enforcamento ou mutilação, dentre outros “capítulos, incisos e parágrafos”.


O mapa mostra a área de conflito no território Sudanês.


O Sudão, o maior país da África tendo, somente em Darfur, cerca de 5 milhões de pessoas e três tribos predominando: os fur, os masalit e os zaghawa, que são em sua maioria negros muçulmanos. E nesse contexto geográfico nasce, em fevereiro de 2003, o Conflito de Darfur quando dois grupos rebeldes da região (Movimento de Justiça e Igualdade e o Exército de Libertação Sudanesa) se revoltam contra a atitude pró-árabe do governo central sudanês que, dentre outras coisas, oprimia os não-árabes e negligenciava Darfur. Outra reivindicação dos rebeldes era a partilha dos rendimentos obtidos com o petróleo recém-descoberto na região.

Em reação, o governo iniciou bombardeios aéreos enquanto era apoiado em terra pelo ataque da milícia árabe e muçulmana Janjaweed (financiada pelo presidente sudanês Omar El Bashir) que aproveitou para queimar vilarejos e estuprar centenas de mulheres e meninas, humilhando os não-árabes. O bebê proveniente dos estupros acaba sendo chamado, pelas próprias mães desgostosas, de janjaweed: um insulto que em língua local significa algo como "diabo montado a cavalo". Por terem a pele mais clara eles são alvo de preconceito e facilmente identificados como descendentes de árabes, sofrendo o veneno da aceitação e integração, durante toda a vida, nas tribos ao sul.

.:: Clube Mundo

Um comentário:

  1. O Sudão do Sul conseguiu sua independencia do sudão, parece q em 2012, onde cristão s e animistas se refugiaram, mas intensa guerra civil e bombardeios aéreos do sudão tem
    afligido a sofrida população.

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