quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A descolonização de África

Quando os estados da Europa no final da Idade Média começaram a "descobrir" a África, encontraram aí reinos ou estados, quer de feição árabe ou islamizados, principalmente no norte e ocidente daquele continente, quer de tradição bantu. Os primeiros contatos entre estes povos não foram imediatamente de dominação, mas de carácter comercial. No entanto, os conflitos originados pela competição entre as várias potências européias levaram à dominação política desses reinos, que culminou com a partilha do Continente Negro pelos estados europeus na Conferência de Berlim, em 1885.

No entanto, as duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século XX deixaram aqueles países sem condições para manterem um domínio econômico e militar nas suas colônias. Estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colônias.




Apesar de toda a união entre os povos africanos, firmada na Conferência dos Povos da África, realizada na cidade de Acra, capital de Gana, a independência de alguns países, como a Argélia e a República Democrática do Congo, somente foi alcançada após desgastantes conflitos que se estenderam por até anos de guerra.

Independência das colônias francesas

A seguir à Segunda Guerra Mundial a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia e na Indochina e depois de já ter perdido Marrocos e a Tunísia, em 1956, como resultado de movimentos independentistas aos quais foi obrigada a ceder, tentou em Setembro de 1958, através dum referendo uma manobra de dar uma “autonomia” às suas colônias, que continuariam a fazer parte da “Comunidade Francesa”.
Com exceção da Guiné, que votou pela independência imediata, a Costa do Marfim, o Níger, o Alto Volta e o Daomé decidiram formar a “União Sahel-Benin” e, mais tarde, o “Conselho do Entendimento”, enquanto o Senegal se unia ao “Sudão Francês” para formar a “Federação do Mali”. Estas uniões não duraram muito tempo e a França, em 1960, reconheceu a independência da maioria das sua colônias africanas.

A descolonização em Djibouti

Djibouti foi uma das colônias francesas que decidiu, em 1958, manter-se na “Comunidade Francesa”, mas, devido a problemas de governação, a população local começou a manifestar-se a favor da independência. Depois de um novo referendo, em 1977, o Djibouti tornou-se finalmente um país independente. Nas Comores, a história foi semelhante, mas com uma declaração unilateral de independência, em 1975, que foi reconhecida no mesmo ano, mas que não abrangeu a ilha Mayotte, onde a população votou por manter-se como um território francês.
A ilha da Reunião é igualmente um departamento francês, governando, para além da ilha principal, várias outras ilhas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.

A descolonização na Argélia

A Argélia, ocupada pelos franceses desde 1830, junto com a Tunísia e o Marrocos, a chamada Região do Maghreb, entre o deserto do Saara e o Mediterrâneo.
Na Tunísia e do Marrocos a independência foi relativamente tranqüila. Na Argélia, a guerra não foi evitada. Entre 1954 a 1962, argelinos e franceses estiveram envolvidos em um conflito após diversos movimentos fracassados contra a ocupação francesa, desde a década de 40 do século XX. Os movimentos aumentaram após a Segunda Guerra Mundial, e foram reprimidos pelas forças militares francesas. Em 1954, eclodiu a sangrenta guerra que culminou, oito anos depois, com a declaração de independência da Argélia.

Independência das colônias italianas

A Itália foi o último país europeu a chegar ao continente africano e também o primeiro a se retirar.

As únicas colônias italianas na África foram a Líbia, Eritreia e parte da Somália. A Líbia tornou-se independente em 1951 e a Somália Italiana em 1960. No mesmo dia, a antiga Somália Italiana uniu-se à Somália Britânica para dar origem ao que é hoje a República de Somália.

Além dessas colônias, a Itália invadiu o atual território da Etiópia em 1936. Depois da invasão, a Etiópia perdeu sua independência para a Itália e logo foi incorporada à África Oriental Italiana. Cinco anos depois, em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, a Etiópia reconquistaria sua independência, junto com a Eritreia, que em 1993 separou-se da Etiópia e antiga África Oriental Italiana (Etiópia) foi dividida em Eritreia e Etiópia. Isto permanece até hoje.

Efetivamente, a independência das ex-colônias italianas processou-se logo no início do pós-guerra, tendo a ONU um papel importante nesse cenário.

Independência das colônias portuguesas

A independência das colônias portuguesas em África iniciou-se em 1973 com a declaração unilateral da República da Guiné Bissau, que foi reconhecida pela comunidade internacional, mas não pela potência colonizadora. As restantes colônias portuguesas ascenderam à independência em 1975, na seqüência da Revolução dos Cravos.

Polêmica sobre a descolonização das ex-colônias portuguesas na África

Algumas pessoas, tanto em Portugal, como nas suas ex-colônias de África, consideram que o processo de descolonização foi mal conduzido.
Um dos argumentos é fato de não terem sido incluídos nos acordos que levaram à independência das colônias garantias sobre os direitos dos residentes que ali viviam e que viriam a escolher a nacionalidade portuguesa; esses críticos justificam o êxodo dos portugueses por essa razão.
No entanto, os problemas que viveram, a seguir às suas independências principalmente Angola e Moçambique, são geralmente atribuídos a questões internas de governação e não ao processo de descolonização.

Independência das colônias espanholas

A Espanha colonizou o que corresponde hoje ao atual norte do Marrocos, a Guiné Equatorial e a Saara Ocidental.

O Marrocos atual se tornou independente em 7 de abril de 1956. O restante do Marrocos foi colônia francesa e se tornou independente em 2 de março de 1956. O Marrocos atual surgiu em 1956, quando os dois protetorados se uniram.

A Guiné Equatorial tornou-se independente da Espanha em 1968.

O atual território da Saara Ocidental se tornou independente em 27 de fevereiro de 1976. Porém, sua independência não foi e ainda não é reconhecida pela ONU. Apenas 60 países reconheceram sua independência. O primeiro estado foi Madagascar em 28 de fevereiro de 1976. O último foi a África do Sul.

Fonte: Wikipédia

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